A Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) define que a alfabetização das crianças deverá
ocorrer até o segundo ano do ensino fundamental, com o objetivo de garantir o
direito fundamental de aprender a ler e escrever. O documento que vai nortear a
educação básica em todo o país foi entregue pelo ministro da Educação, Mendonça
Filho, ao Conselho Nacional de Educação (CNE), nesta quinta-feira, 6, em
Brasília.
"A gente está gerando mais
equidade, mais oportunidades às crianças mais pobres do Brasil. A classe média,
por exemplo, consegue ter a criança alfabetizada numa idade anterior à média
das escolas públicas”, ressaltou o ministro. “À medida que geramos essas
diretrizes pela fixação desse comando na BNCC, estamos assegurando o mesmo
direito a todas as crianças. A boa alfabetização é a chave do sucesso para toda
a vida educacional de crianças e jovens."
A secretária-executiva do MEC,
Maria Helena Guimarães Castro, reforça que a Base não define novos conteúdos e,
sim, as habilidades a serem desenvolvidas no processo de aprendizagem. “Pela
BNCC, espera-se que o aluno aprenda nesses dois anos iniciais com quantas e
quais letras se escreve uma palavra”, afirmou.
Atualmente, as crianças devem ser
alfabetizadas até o terceiro ano do ensino fundamental. “Esse é o processo mais
complexo: efetivamente passar a compreender que a escrita representa a fala”,
explica a professora Zuleika de Felice Murrie, redatora de linguagens da BNCC.
Segundo ela, a conclusão da alfabetização apenas no terceiro ano não tem dado
certo e muitos estudantes chegam ao quarto ano sem o conhecimento necessário
para seguir os estudos.
Habilidades – Por
apresentar de maneira objetiva as habilidades que devem ser desenvolvidas no
primeiro e no segundo ano, a BNCC dá condições para que os professores avaliem
o nível de desenvolvimento dos alunos e definam estratégias adequadas de
ensino.
Conforme o texto apresentado ao
CNE, o aprendizado da escrita requer habilidades cognitivas e motoras, o que
necessita prática, independente do meio utilizado – lápis, borracha e papel ou
teclado do computador. Pelo documento, é considerado fundamental que o aluno faça
diferenciação entre a escrita e outras formas gráficas de expressão, assim como
é necessário o entendimento de que o princípio que regula a escrita é a
correspondência entre letra e som.
“Nesses dois primeiros anos, a
ideia é que se faça a consolidação [do conhecimento], porque hoje tem a
pré-escola obrigatória e essas questões da escrita já começam a ser
desenvolvidas na educação infantil. A criança já virá com uma bagagem maior do
que vem hoje para o ensino fundamental”, observa Zuleika.
Competências - A BNCC
estabelece conteúdos essenciais e competências que as crianças e adolescentes
deverão desenvolver na educação básica. O documento atual trata exclusivamente
da educação infantil e do ensino fundamental. As mudanças nas matrizes de
referência do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) passam a valer a
partir de 2019. Com a entrega da versão final, o CNE deve debater e elaborar
parecer e projeto de resolução sobre a Base, que só entrará em vigor depois que
a manifestação do conselho for homologada pelo Ministério da Educação.
Assessoria de Comunicação Social
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